O seriado “Trinta e Nove”, da Netflix, é uma história intensa e comovente cujos personagens incluem duas meninas adotadas que encontram apoio e afeto em uma casa de acolhimento. A trama retrata, entre outros temas, a luta diária das personagens para superar traumas, medos e incertezas, ao mesmo tempo em que os demais personagens que com elas interagem enfrentam seus próprios desafios.
O tema do abandono familiar e adoção de crianças e adolescentes é explorado de forma sensível e realista na série, destacando a importância do acolhimento institucional para esses jovens que não possuem família ou que não podem viver com seus pais por motivos diversos. As personagens Cha Mi-jo e Kim So-won lutam para superar o abandono, a solidão e o sentimento de desamparo que a orfandade traz consigo. Cha Mi-jo é uma personagem complexa e cativante em “Trinta e Nove”, uma série coreana que segue a vida de três mulheres que se aproximam da idade de 40 anos. Desde o início, a história de Cha Mi-jo é marcada pelo abandono e pela luta por superação.
Cha Mi-jo foi abandonada por seus pais biológicos quando ainda era uma criança, sendo deixada em um orfanato. Sua infância foi marcada por dificuldades, solidão e abandono. Ainda assim, ela tentava manter um espírito positivo e encontrava alegria nas pequenas coisas.
Com o tempo, Cha Mi-jo foi adotada por um casal amoroso que lhe deu uma nova vida e um novo lar. No entanto, mesmo após sua adoção, ela ainda tinha muitos traumas relacionados ao abandono e à rejeição. Ela lutava para confiar nas pessoas e em si mesma, e tinha dificuldade em estabelecer relacionamentos saudáveis.
Ao longo da série, vemos Cha Mi-jo lutar com esses problemas, mas também vemos como ela é forte e resiliente e como consegue apoiar a também órfã Kim So-won. Ela encontra apoio em seus amigos e em seu namorado, e lentamente começa a superar suas inseguranças e medos.
Assim como na série, as casas de acolhimento da vida real também enfrentam desafios diários no atendimento às crianças e adolescentes em vulnerabilidade social. São necessários recursos financeiros, humanos e materiais para oferecer um ambiente seguro, saudável e acolhedor para os acolhidos. Além disso, é preciso que os cuidadores estejam preparados emocionalmente para lidar com as dificuldades e traumas das crianças que chegam até eles.
A série “Trinta e Nove” traz à tona a importância do trabalho realizado nas casas de acolhimento e da adoção de crianças e adolescentes em vulnerabilidade social. É um lembrete de que muitas crianças ainda vivem em situações precárias, sem acesso à saúde, educação e condições mínimas de sobrevivência. A orfandade é apenas uma das várias formas de vulnerabilidade social que afetam a infância e a adolescência.
Por isso, é fundamental que haja políticas públicas efetivas para o atendimento às crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, com investimento em casas de acolhimento, programas de adoção e suporte às famílias em situação de risco. É preciso que cada um de nós assuma a responsabilidade de garantir a proteção e o bem-estar dessas crianças e adolescentes, oferecendo apoio, afeto e cuidado, assim como as personagens de “Trinta e Nove” encontraram em sua casa de acolhimento.
O Lar Bom Jesus e a série Trinta e Nove da Netflix
Assim como os personagens da série, muitas crianças que vivem em instituições de acolhimento, como o Lar Bom Jesus, foram rejeitadas por suas famílias biológicas. O abandono é um tema central na série, mostrando como os personagens lidam com o trauma e a dor emocional de terem sido deixados para trás por suas famílias. Essa realidade também é enfrentada por muitas crianças na vida real que foram abandonadas, o que pode causar problemas emocionais e de autoestima.
A adoção é outro tema importante na série, à medida que os personagens buscam por uma família adotiva que os aceite e os ame incondicionalmente. A série retrata as esperanças, os medos e as expectativas dos personagens em relação à adoção, bem como as dinâmicas complicadas que podem surgir nas relações familiares adotivas. Isso é semelhante ao que muitas crianças adotadas na vida real enfrentam, à medida que tentam se encaixar em suas novas famílias, construir laços afetivos e superar o medo de serem abandonadas novamente.
As relações familiares são um aspecto central tanto na série quanto na vida real. Os personagens da série desenvolvem laços estreitos de amizade e apoio mútuo, criando uma espécie de “família escolhida” entre si. Eles aprendem a confiar uns nos outros e a apoiar-se emocionalmente, já que muitos deles não têm laços familiares biológicos. Essa é uma representação poderosa da importância das relações interpessoais e do apoio emocional na vida de crianças abandonadas e adotadas.
No entanto, reconstruir laços afetivos nem sempre é fácil. Os personagens da série enfrentam muitos desafios emocionais, como lidar com o trauma do abandono, superar a desconfiança e aprender a se abrir emocionalmente para os outros. Eles também enfrentam desafios práticos, como se adaptar a uma nova família, construir uma nova identidade e lidar com possíveis rejeições. Esses desafios refletem a realidade de muitas crianças abandonadas e adotadas, que podem enfrentar dificuldades ao tentar construir relacionamentos significativos e reconstruir laços afetivos após experiências traumáticas.
A série “Trinta e Nove” da Netflix e a realidade do Lar Bom Jesus abordam temas profundos relacionados ao abandono, adoção e relações familiares. Eles destacam os desafios emocionais e práticos enfrentados por crianças abandonadas e adotadas na reconstrução de laços afetivos, ao mesmo tempo em que mostram a importância do apoio emocional e do amor incondicional na vida dessas crianças.